quinta-feira, 26 de maio de 2011

A administradora do Blog

Ana Jacqueline, Paraibana da cidade de Campina Grande. Graduada em Licenciatura Plena em Letras vernácula na Universidade Federal de Campina Grande. Como forma de aprimoramento para minhas aulas, participei do curso Mídias digitais e ensino ministrado pela professora Williany Miranda, incentivadora da criação do blog Socorro alguém de ajude.... preciso produzir
Na condição de professora de língua portuguesa, utilizo o blog como uma ferramenta de estimulo aos meus alunos, postando sobre as aulas, bem como as atividades e produções deles.


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quarta-feira, 25 de maio de 2011

Resenha do texto " A submissão feminina no conto Piña de Pardo Bazán”



Gláucia Barbosa de Negreiros ¹

O texto “A submissão feminina no conto Piña de Pardo Bazán” é uma análise do conto Piña que faz parte dos “Cuentos nuevos” uma serie de 36 contos breves de Emilia Pardo Bazán, escrito por Maria Mirtis Caser da Universidade Federal do Espírito Santo. A analise mostra o papel submisso da fêmea através do personagem vivida por Piña e o papel do macho vivido nas atitudes de Coco. O texto Piña traz como foco principal os grandes problemas vividos pelo homem e a mulher moderno no sec. XIX, a disputa de força entre os que queriam modernizar Espanha e os que desejavam manter-se fiéis as raízes e a analise do mesmo.
O Conto vivencia as desventuras da personagem que dá nome ao conto, uma fêmea macaquinha de origem cubana que sofre todo tipo de violência, da física a expatriação e da prisão, pelo macho e moradores da casa em que vive, e todas as confusões que apronta são próprias de sua espécie e as providências que tomam os humanos em relação a suas travessuras decorrem do mal comportamento do animal. De uma das fugas de Piña, conseguiram resgatá-la com vida por milagre. O acaso fez com que Piña vivesse a situação e nada se pode fazer para mudar seu destino, a família a que Piña foi incorporada tentou adoçar e fazê-la suportar sua pobre vida.
A família continua sua campanha pela felicidade de Piña e decide que para dar à pobre expatriada, que depois de uma embriaguez por querosene, estava totalmente deprimida e saudosa de sua terra natal, um motivo para viver, o importante era providenciar-lhe companhia e um capitão de navio aceita o encargo de trazer um noivo para Piña, e chega o noivo que transformando a já sofrida vida de Piña num suplício, pois a partir do primeiro dia o marido de Piña, que recebeu o nome significativo de Coco se converteu em um opressor, apartir da chegada do mesmo ela passou a sofrer muito mais, com a sua violência e um dia morreu com tantos sofrimentos.
A autora mostra na analise a relação entre Piña e Coco, na convivência deles dois; a diferença do vocabulário para falar do macho e da fêmea; o registro da dor e do medo que a fêmea tem na sua relação com o macho; a autora também registra a submissão feminina da luta pela igualdade do papel feminino e masculino e a submissão da fêmea a traves dos personagens “Coco e Piña”; ela também registra as demonstrações de violência de Coco e a indiferença com que a sociedade da época vê essas relações; a autora também mostra a exposição dos corpos do colonizado junto à nudez de Pina; e ainda a autora percebe a forma que se é dado os nomes dos personagens em especial o nome de Piña que é o nome de uma fruta acida e não suave, todas essas características a autora mostra através de citações retiradas do texto, exemplificando uma a uma em sua analise.
Através da analise do texto estudado podemos fazer uma reflexão sobre a narração estudada, e o papel da mulher na sociedade, a forma submissa que a mulher tem se comportado desde dos séculos passados ate a época contemporânea.
A autora apresenta na analise a fragilidade da burguesia da Espanha em relação à França e Inglaterra, e a mudança que a Espanha obtém através de um movimento intelectual no sec. XIX, depois do ano 1980 com as idéias de Krausismo na Espanha começa o crescimento da educação e a pesquisa, a educação das mulheres foi oficializado em 1910, sendo que o analfabetismo feminino na Espanha é grande ate o sec. XIX.
Com esse contexto teórico a autora mostra também que o conto Piña escrito nesta época não tratou da submissão feminina por acaso, teve toda uma situação para tal criação do mesmo.
O conto traz muito da nossa realidade, a submissão feminina é um assunto muito presente em nossa sociedade, e isso traz fatos negativos a mesma, podemos perceber que quanto maior a educação feminina em um país maiores as chances de crescimento, mais sempre estamos presenciando o lado oposto desta afirmação, pois muitas mulheres vivenciam a realidade da exploração e submissão feminina.
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Graduanda do Curso de Letras da Universidade Estadual da Paraíba. ¹



Dicas para a elaboração de relatórios

O principal objetivo de um relatório é divulgar/registrar dados de obtidos e analisados mediante pesquisas, execução de serviços ou experiências. Existem vários tipos de relatórios, tais como: técnico-científicos; de viagem; de estágio; de participação em eventos; administrativos, dentre outros.
Relatório Técnico-científico
       O relatório técnico-científico é um documento que retrata formalmente os resultados ou progressos obtidos em investigação de pesquisa e desenvolvimento. Este documento apresenta de forma sistemática informações, traça conclusões e faz recomendações. É estabelecido em função sob responsabilidade de uma pessoa ou instância a quem será submetido. O Produtor deverá apresentar em seu relatório os seguintes elementos:
1º.   Capa: as informações são transcritas na seguinte ordem: nome da instituição; nome do autor; título; subtítulo (se houver); local e ano.
2º.   Errata: Lista de erros tipográficos ou de outra natureza, com as devidas correções e indicações das páginas para a localização. A errata deve ser apresentada da seguinte maneira:
ERRATA
Folha          Linha          Onde se lê          Leia-se
-                   -                       -                         -
3º.   Folha de rosto: deve conter: o nome da organização responsável, com subordinação até o nível de autoria; título; subtítulo (se houver); nome do responsável pela elaboração do relatório; local; ano da publicação.
4º.   Sumário
5º.   Listas: relação das tabelas e ilustrações que aparecem no texto, sua sequência deve obedecer à apresentada no texto. As listas têm apresentação similar ao do sumário, quando pouco extensas, as listas podem figurar sequencialmete na mesma página que o sumário.
6º.   Resumo: o resumo deve ser constituído de uma seqüência de frases concisas e objetivas e não de uma simples enumeração de tópicos, não ultrapassando 500 palavras, seguido, logo abaixo, das palavras representativas do conteúdo do trabalho, isto é, palavras-chave e/ou descritores.
7º.   Texto: o texto dos relatórios técnico-científicos contém as seguintes seções fundamentais:
1.      Introdução – onde deverão ficar definido os objetivos do trabalho e as razões de sua elaboração, bem como as relações existentes com outros trabalhos; não deve dar detalhes sobre a teoria experimental, nem os métodos e resultados, ou ainda antecipar as conclusões e recomendações, mas apenas apresentar o assunto como um todo, sem detalhes;
2.       Desenvolvimento: é a parte mais importante do texto, onde é exigido raciocínio lógico e clareza. Deve ser dividido em tantas seções e subseções quantas forem necessárias para o detalhamento da pesquisa ou estudo realizado (descrição de métodos, teoria, procedimentos experimentais, entre outros elementos); as descrições apresentadas devem ser suficientes para permitir a compreensão das etapas da pesquisa, mas as minúcias de provas matemáticas ou procedimentos experimentais, se necessárias, devem constituir material anexo; as ilustrações ou quadros essenciais à compreensão do texto também devem ser incluídos nessa parte do relatório;
3.      Resultados, conclusões e/ou recomendações: nessa seção devem figurar, clara e ordenadamente, as deduções tiradas dos resultados do trabalho ou levantadas ao longo da discussão do assunto; recomendações são declarações concisas de ações, julgadas necessárias a partir das conclusões obtidas.
8º.   Referências bibliográficas: A ABNT adota o termo Referências de forma genérica, já que há na atualidade uma grande diversidade de fontes de informação, bibliográficas e não bibliográficas. Este constitui um elemento obrigatório.  Relação de um conjunto pré-estabelecido de elementos descritivos, retirados de um documento, que permite sua identificação no todo ou em parte. Os elementos essenciais são: Forma de entrada (autores pessoais, autor entidade e título); Título e subtítulo; Edição; Local de publicação; Editora e Data.
9º.   Apêndices: É a matéria suplementar, tal como: leis, questionamentos ou estatísticas, que se acrescenta ao relatório como esclarecimento ou documentação.  

terça-feira, 24 de maio de 2011

Resenha do CD "Back in Black" de AC/DC

Adolescente. Irresponsável. Odiado por alguns, consagrado pela maioria. Um dos maiores álbuns da história, Back In Black traz em seu conteúdo a essência original do Rock’n’Roll, com um pouco mais de distorção nas guitarras. Sucesso de público e crítica, a pedra filosofal do rock oitentista, resultado da alquimia de letras que exaltam o que seria o ideal juvenil (sexo, festas, irresponsabilidade) com alguns dos maiores riffs de guitarra da história, foi concebida no início da década, em meio a um cenário turbulento.
Saídos da longínqua Austrália para alcançar o estrelato na Europa e Estados Unidos, o grupo sofreu um grande trauma com a perda do vocalista Bon Scott. Ele era o símbolo da banda que durante os seus seis anos de carreira fez sucesso com obras como Let There Be Rock e Highway to Hell. Scott morreu em fevereiro de 1980, em Londres, em meio à preparação para as gravações do disco. Foi um duro golpe que teve de ser rapidamente absorvido.
Passado um rápido processo de seleção, cerca de um mês após a tragédia e depois de várias audições, Brian Johnson, então vocalista da banda local Geordie, foi anunciado como sucessor de Scott. Em abril eles partiram para as Bahamas, onde, após cerca de 40 dias trancados no Compass Point Studios, finalizaram aquela que seria a obra-prima da história da Banda.
São evidentes as referências a Scott. O nome do disco, a capa toda preta, tendo apenas uma simples inscrição do nome da banda e do álbum, e, principalmente, as duas músicas que abrem cada um dos lados do LP, Hell’s Bells e Back In Black são os exemplos mais explícitos da homenagem, embora muitas outras se encontrem no decorrer da obra. A reação à morte do vocalista, no entanto, foi uma surpreendente resposta aos que achavam que o fato se abateria sobre os demais integrantes do grupo. Back in Black é um álbum que, apesar do nome, demonstra um salto na carreira do AC DC, respondendo, com muito bom humor àqueles que questionavam sua capacidade ou tentavam boicotar o trabalho sob a acusação de satanismo.
Hell’s Bells, a faixa inicial, começa sombria, com os sinos do inferno tocando, como se a receber Scott. Surge aos poucos um dos clássicos riffs de autoria de Angus Young, construindo aos poucos um dos maiores clássicos do rock pesado. Seguem a ela outras de mesmo peso e intensidade. Destaque para What do You do for Money Honey, lançado juntamente ao single de Back In Black nos Estados Unidos.
Já o lado B do álbum tornou-se uma lenda pelo desfile de clássicos presentes. A faixa título traz uma das mais perfeitas atuações dos irmãos Young em sua carreira, aliado a um vocal inspirado de Johnson. Segue-se a ela You Shook Me All Night Long, uma das mais executadas da história do rock. Uma letra adolescente, uma batida que mistura rockabilly com rock pesado conduzido por Phil Rudd, duelo de guitarras dos Young e um dos refrões mais famosos de todos os tempos fizeram da música a sonora de toda uma geração de aficcionados. Sem interrupção, emenda-se Have a Drink on Me, música no melhor estilo da fase de Bon Scott nos vocais, lembrando outro clássico da banda, Problem Child. Shake a Leg, na trilha das grandes obras do hard rock, traz outra excepcional composição, seguindo a linha histórica da banda. O disco acaba com a canção-manifesto Rock and Roll Ain’t a Noise Pollution, música em estrutura bluesística, um verdadeiro hino de todos os que pregam a ideal roqueiro. A canção também foi uma resposta a todos aqueles que consideravam, ou ainda o fazem, o rock’n’roll como uma música inferior.
O resultado desta mistura não poderia ser diferente. A crítica aclamou sua concepção, considerando uma das principais obras do gênero até hoje. O disco bateu também todos os recordes de vendagem da história do hard rock, superando a marca de cinco milhões de cópias somente nos Estados Unidos e 12 milhões em todo o mundo somente no primeiro ano após o lançamento. Estima-se que até hoje mais de 40 milhões de cópias tenham sido vendidas.
Os fãs brasileiros puderam conferir no Rock In Rio, em 1985, todo o poderio da banda em seu apogeu, já na turnê do disco 74 Jailbreak, lançado no ano anterior. No final da década passada foi lançado, para deleite dos mais aficcionados um box edition, de tiragem limitada, com as últimas sessões de estúdio de Bon Scott nos ensaios do disco. Trata-se de um dos grandes clássicos da música mundial, indispensável na discografia de todos que gostam do bom e verdadeiro rock’n’roll.

sábado, 21 de maio de 2011

Resenha do filme " O oléo de Lorenzo"

Gláucia Barbosa de Negreiros ¹

O filme O óleo de Lorenzo é um filme produzido em Hollywood em 1992, dirigido por George Miller, classificado como gênero drama, foi indicado ao Oscar (EUA) em (1993) as categorias de “Melhor Atriz” (Susan Sarandon) e Melhor Roteiro Original, também foi indicado ao Globo de Ouro de 1993, a categoria de “Melhor Atriz” de Drama (Susan Sarandon), o filme de 1.35 min é baseado em uma história real, tendo como personagens principais “Augusto Odone” que é o ator Nick Nolte e “Michaela Odone” a atriz Susan Sarandon, eles vivem os personagens dos pais de Lorenzo, o menino que tinha uma doença incurável e degenerativa “ALD” que causa degeneração no cérebro. O filme traz em seu enredo importantes reflexões sobre a doença ALD e a busca pela cura desta doença rara e que não havia cura, a traves de estudos e pesquisas dos próprios pais. A historia se passa com um casal que tem um filho “Lorenzo” que levava uma vida normal até os cinco anos de idade a partir de então começaram aparecer diversos problemas de ordem mental, que são diagnosticados como ADL, uma doença rara que leva o paciente à morte em pouco tempo. Os pais do menino ficam frustrados com o fracasso dos médicos e a falta de medicamento para a doença, vendo seu único filho perder a vida aos poucos, resolvem a partir de então descobrir mais sobre a doença, e começaram uma batalha científica estudando livros de medicina e os poucos artigos científicos da época pesquisando sozinhos, na esperança de descobrir algo que possa deter o avanço da doença, tudo que pudesse ajudar na compreensão da ação desta doença e assim poder discutir com os médicos a melhor forma de tratamento para amenizar os sintomas de Lorenzo, quando eles acreditavam que haviam encontrado alguma informação relevante, procuravam médicos e professores dos cursos de medicina e discutiam com eles suas idéias, sempre buscando encontrar um tratamento que chegasse a cura um dia ou diminuísse o sofrimento de Lorenzo.
As dificuldades encontradas foram enormes, desde preconceitos de profissionais médicos e professores de universidades, por os pais de Lorenzo serem leigos na área, pois não tinham nenhuma formação superior nem em Bioquímica nem em Medicina ficavam impossibilitados da realização de testes em humanos, de tratamentos ainda não autorizados pelo Órgão que fiscaliza a saúde nos Estados Unidos), uma luta intensa para encontrar parceiros químicos com competência para produzir a fórmula dos óleos que eles acreditavam que pudessem curar Lorenzo, a doença “ ADL” se caracteriza pelo acúmulo de ácidos graxos (principalmente ácidos com 24 e 26 carbonos) sobretudo nas células do cérebro, levando à destruição da bainha de mielina, que protege determinados neurônios, sem a mielina, eles perdem a capacidade de transmitir corretamente os estímulos nervosos que fazem o cérebro funcionar normalmente e aí surgem os sintomas neurológicos da doença. O óleo de Lorenzo é uma mistura de dois ácidos graxos insaturados, o ácido oléico (C18:1) e ácido erúcico (C20:1), cujo metabolismo se acrescenta aos dos saturados, impedindo assim o seu acúmulo, para atingir a estes resultados, os pais de Lorenzo estudaram os resultados de muitas pesquisas na época, inclusive feitas em animais, eles sabiam que o óleo é tóxico para ratos, levando-os à morte, mas tiveram a coragem de testar em seu filho e divulgar ao mundo que o óleo é inofensivo aos humanos e que podia reverter e principalmente evitar os efeitos catastróficos da ADL, com o uso desse óleo, Lorenzo não voltou ao estado normal, apenas barrou a doença, e através de tratamentos, conseguiu várias melhoras, no filme não mostra quando ele morreu mais na internet diz que ele morreu aos 28 anos, segundo pesquisas ate hoje o óleo não é autorizado o uso em humanos e hoje produzido por uma companhia inglesa, e o Sr. Odone não recebe nenhuma porcentagem das vendas. Os pais de Lorenzo fundaram o “Projeto Mielina” uma fundação que tenta reunir esforços nas pesquisas sobre as doenças relacionadas. Existi também outras crianças que usaram e usam até hoje o óleo de Lorenzo, não existindo progresso da doença, nem chegando a apresentar todos os sintomas, a dedicação, fé, amor e coragem dos pais de Lorenzo não foram em vão, pois milhares de crianças são beneficiadas até hoje. Os mesmos foram homenageados por sua contribuição á ciência.
O diretor George Miller apresenta a traves deste filme um relato dos conhecimentos popular e cientifico que uma família com base religiosa, que tem fé em Deus manifestada pela esperança, traz uma filosofia de vida traduzida pela perseverança, que independente da dedução humana se baseia na pesquisa cientifica para buscar uma solução para o seu grande problema.
Um drama comovente por ser baseado em fatos reais, nos leva a uma intensa reflexão de valores pessoais, é uma lição de vida, vale a pena conhecer essa história.



 ¹ Graduanda do Curso de Letras da Universidade Estadual da Paraíba.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Resenha do Cisne Negro

Tommy Beresford
Jamais começaria a resenha de “Cisne Negro” com “este é o papel da vida de Natalie Portman”. Primeiro porque, para mim, esta frase soa como “o derradeiro voo do cisne” (trocadilho inevitável), como se ela nunca mais fosse interpretar algo tão bom ou tão importante. Segundo porque Natalie já provou seu enorme talento em outros papéis.
O fato é que a interpretação de Portman vale realmente cada um dos prêmios que recebeu até agora (entre eles, o Screen Actors Guild, o Globo de Ouro de Drama e o BAFTA) e deve mesmo levar o Oscar, ainda que dispute com candidatas fortes como Annette Bening, ótima em Minhas Mães e Meu Pai.
Seja como for, a excelência do trabalho de Portman vem de toda a preparação que ela precisou fazer para o papel. Ainda mais magra, com exaustivas aulas de dança (embora use dublê em parte das cenas), a atriz dá veracidade à aparentemente doçura de Nina, e consegue transmitir a tensão de toda a transformação pela qual passa. Fico pensando em qual outra boa atriz poderia ter se dedicado e ter feito um trabalho de qualidade neste específico e difícil papel que não Portman. Inclusive fisicamente: não basta apenas talento, é preciso mais que isso. Algumas inclusive teriam que tirar o silicone…
Talvez os que não tenham contato com o mundo da dança (em especial o exigente métier do Ballet Clássico) não entendam a pressão, e claro que o filme leva não somente a situação ao limite como mostra o que a bipolaridade pode fazer com alguém: é bastante competente o tratamento dado aos temas pelo diretor Darren Aronofsky (que vem do excelente “O Lutador” e do incompreendido “Fonte da Vida”).
Seja como for, o filme é de Natalie Portman e ela não despediçou a oportunidade. Mas é impossível não citar o trabalho de Mila Kunis (ganhadora do “Marcello Mastroianni Award” no Festival de Veneza e que levou uma indicação ao Globo de Ouro, perdendo para Melissa Leo de “O Vencedor”) e a minúscula participação de Winona Ryder (tem gente que só a reconheceu quando a viu nos créditos), além da reaparição de Barbara Hershey, intensa na composição da mais empenhada “ex-bailarina frustrada que é mãe de bailarina talentosa”. Como coreógrafo, o ótimo Vincent Cassel nunca esteve tão canastrão, mas não destoa muito, felizmente.
Vale a pena assistir, mas é bom realçar que não é um mero entretenimento. Há te(n)são, cenas fortes, a câmera (bem utilizada nas sequências de ensaios) muitas vezes têm closes trêmulos e cansativos, mas não deixe de assistir.

sábado, 14 de maio de 2011

Resenhando resenha

 Ana Jacqueline da S. Barbosa¹



A obra Resenha faz parte de uma coleção de livros das autoras Anna Rachel Machado, Eliane Lousada e Lília Santos Abreu-Tardelli, este livro é o segundo da série, precedido pelo livro Resenha. A criação desta coleção foi estimulada pela presença de muitas dificuldades encontradas na produção de gêneros acadêmicos. O objetivo principal desta série de livros como um todo é o de suprir a falta de material didático para a leitura e produção desses gêneros específicos, nesse caso o gênero Resenha.
O livro contém cento e vinte três páginas e está dividido em seções, diferenciando-se assim de outros livros que são divididos em capítulos. No geral, esta obra é formada por dez seções, cada seção aborda um tema a ser discutido de forma didática, através de fundamentação teórica, exemplos e exercícios práticos, como Egon de Oliveira Rangel² expõe em sua apresentação no livro “A melhor forma de ensinar/aprender uma prática é...praticar.”.
A seção número um é intitulada “Diferenciando o resumo da resenha na mídia”, que expõe de forma sintética a diferença básica entre esses gêneros. Seguindo a mesma linha, a seção dois também aborda uma relação baseada na utilização do gênero resenha em situações distintas, nesse contexto a seção é chamada de “As resenhas em diferentes situações de produção”, com isso, é possível que observemos a existência de vários tipos de resenhas, algumas com nome específico e outras que muitas vezes não são nomeadas. A primeira e a segunda seções ao término da fundamentação teórica que é trabalhada de forma resumida pode dificultar o entendimento do leitor sobre à diferença entre os gêneros resenha e resumo, e as diferentes situações de uso e introdução do assunto em questão, seguem com exemplos e exercícios que facilitam a assimilação do conteúdo.
Nas seções três, quatro e cinco, a temática abordada é a resenha em seu âmbito estrutural, como a identificação das partes de uma resenha, relações entre as idéias que são dadas através de organizadores textuais (conectivos) e comentários feitos pelos resenhistas, como e porque o fizeram. Esses casos acontecem nestas três seções, respectivamente, “O plano global de uma resenha acadêmica (prototípica)”, “Os mecanismos de conexão: o uso dos organizadores textuais” e “A expressão da subjetividade do autor da resenha”.
Partindo para outro elemento na produção de resenhas, a seção seis “Procedimentos de inserção de vozes: diferentes formas de menção ao dizer do autor do texto resenhado e de outros autores”, trabalha especificamente como o título já mostra, na inserção de vozes, ou seja, utilizar na resenha fragmentos do texto original ou de outros textos, e saber como fazer essa inserção para que essa “voz” não seja apresentada como idéia do resenhista.
“O diário de leitura: ferramenta para uma leitura crítica do texto” é o título da sétima seção que expõe uma estratégia que ajuda na produção da resenha, sabe-se que para resenhar um livro ou um texto qualquer é preciso o conhecimento do texto que irá ser resenhado, conhecer o texto significa lê-lo e escrever o diário reflexivo de leitura segundo Machado. A compreensão do texto deve ser trabalhada tanto no caráter estrutural como contextual que é visto de forma detalhada na seção oito “A compreensão global do texto a ser resenhado”.
As seções nove e dez, já se direcionam para a prática, induz o leitor a produzir sua resenha e depois fazer sua auto-avaliação, respectivamente, “Elabore sua resenha” e “Avalie você mesmo”, que os próprios textos já falam por si a intencionalidade de cada seção.
A leitura do livro resenha para alguns leitores interessados na produção desse gênero é muito interessante, pois, de forma didática pode-se aprender como elaborar uma boa resenha, baseada em exemplos obviamente, pois, em embasamentos teóricos o livro deixa a desejar. Através desses muitos exemplos apresentados no livro é possível fazer a relação entre os diferentes tipos de resenha, o que é de grande importância, por não ter um modelo de preconizado que deve ser seguido, cada leitor/produtor tem sua identidade que deve ser respeitada, com a leitura desse livro pode-se dizer que é um livro razoável para ser utilizado como base na produção desse gênero.
A obra de Anna Rachel Machado, Eliane Lousada e Lília Santos Abreu-Tardelli, possui imperfeições nas fundamentações teóricas, para melhor entendimento do leitor poderia conter mais explicações sobre o assunto, opiniões de outros autores e não estabelecer a exposição de como produzir a resenha através de exemplos, não diminuindo a importâncias desses modelos. Como foram falados acima, os exemplos auxiliam muito o leitor, mas, a utilização apenas de exemplos como base na produção desse gênero poderia atrapalhar, pelo fato do leitor/produtor seguir um modelo, com isso, suas resenhas seriam produzidas como meras cópias de modelos a serem seguidos.
Outra estratégia de aprendizagem e prática presente no livro são os exercícios que levam o leitor a raciocinar e observar bem o texto tentando assim “colher dados” que ajudarão no entendimento e identificação das partes de uma resenha, mas, por se tratar de uma obra produzida para pessoas que já não estudam mais e para pessoas que estão no ensino superior, essa quantidade exagerada de exercícios torna-se desnecessária, por já existirem muitos exemplos. No geral, é um bom livro com suas imperfeições é claro, mas, que auxiliam muito os leitores na produção do gênero resenha pela linguagem acessível, exemplos e exercícios práticos.
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¹ Graduanda do curso de letras da Universidade Federal de Campina Grande.
² Professor do Departamento de Lingüística da PUC-Sp, membro do comitê Assessor da Secretaria de educação Superior (SESu).