Gláucia Barbosa de Negreiros ¹

O Conto vivencia as desventuras da personagem que dá nome ao conto, uma fêmea macaquinha de origem cubana que sofre todo tipo de violência, da física a expatriação e da prisão, pelo macho e moradores da casa em que vive, e todas as confusões que apronta são próprias de sua espécie e as providências que tomam os humanos em relação a suas travessuras decorrem do mal comportamento do animal. De uma das fugas de Piña, conseguiram resgatá-la com vida por milagre. O acaso fez com que Piña vivesse a situação e nada se pode fazer para mudar seu destino, a família a que Piña foi incorporada tentou adoçar e fazê-la suportar sua pobre vida.
A família continua sua campanha pela felicidade de Piña e decide que para dar à pobre expatriada, que depois de uma embriaguez por querosene, estava totalmente deprimida e saudosa de sua terra natal, um motivo para viver, o importante era providenciar-lhe companhia e um capitão de navio aceita o encargo de trazer um noivo para Piña, e chega o noivo que transformando a já sofrida vida de Piña num suplício, pois a partir do primeiro dia o marido de Piña, que recebeu o nome significativo de Coco se converteu em um opressor, apartir da chegada do mesmo ela passou a sofrer muito mais, com a sua violência e um dia morreu com tantos sofrimentos.
A autora mostra na analise a relação entre Piña e Coco, na convivência deles dois; a diferença do vocabulário para falar do macho e da fêmea; o registro da dor e do medo que a fêmea tem na sua relação com o macho; a autora também registra a submissão feminina da luta pela igualdade do papel feminino e masculino e a submissão da fêmea a traves dos personagens “Coco e Piña”; ela também registra as demonstrações de violência de Coco e a indiferença com que a sociedade da época vê essas relações; a autora também mostra a exposição dos corpos do colonizado junto à nudez de Pina; e ainda a autora percebe a forma que se é dado os nomes dos personagens em especial o nome de Piña que é o nome de uma fruta acida e não suave, todas essas características a autora mostra através de citações retiradas do texto, exemplificando uma a uma em sua analise.
Através da analise do texto estudado podemos fazer uma reflexão sobre a narração estudada, e o papel da mulher na sociedade, a forma submissa que a mulher tem se comportado desde dos séculos passados ate a época contemporânea.
A autora apresenta na analise a fragilidade da burguesia da Espanha em relação à França e Inglaterra, e a mudança que a Espanha obtém através de um movimento intelectual no sec. XIX, depois do ano 1980 com as idéias de Krausismo na Espanha começa o crescimento da educação e a pesquisa, a educação das mulheres foi oficializado em 1910, sendo que o analfabetismo feminino na Espanha é grande ate o sec. XIX.
Com esse contexto teórico a autora mostra também que o conto Piña escrito nesta época não tratou da submissão feminina por acaso, teve toda uma situação para tal criação do mesmo.
O conto traz muito da nossa realidade, a submissão feminina é um assunto muito presente em nossa sociedade, e isso traz fatos negativos a mesma, podemos perceber que quanto maior a educação feminina em um país maiores as chances de crescimento, mais sempre estamos presenciando o lado oposto desta afirmação, pois muitas mulheres vivenciam a realidade da exploração e submissão feminina.
________________________________________________________Graduanda do Curso de Letras da Universidade Estadual da Paraíba. ¹
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